terça-feira, 14 de junho de 2011

Casa de Thomaz Pompeu de Souza Filho

                                                                                                                                      Elayne Costa


Construída por volta de 1916, pelo médico e industrial Thomaz Pompeu de Souza Brasil, ao lado da pioneira fábrica de fiação e tecidos cearenses, fundada em 1883.

Está localizada na praça da Lagoinha( antes conhecida como praça Teodorico) a oeste da zona central de Fortaleza, onde começou a se desenvolver o bairro Jacarecanga, composto por inúmeras residências uma nova forma de morar e de ocupação do lote, tendo como características a presença do jardim frontal e o afastamento do edifício das divisas laterais.
Edificação de grande mérito arquitetônico, desenvolvida em dois pavimentos nobres com um porão alto e habitável.

Thomaz Pompeu de Souza Brasil Filho nasceu em Fortaleza, 30 de junho de 1852 e morreu em 6 de abril de 1929. Ele foi um advogado, político e escritor brasileiro, filho do senador Thomáz Pompeu de Souza Brasil, logo que se formou na faculdade de Direito do Recife, em 1872, tornou-se redator do Cearense, ao lado do pai e de João Brígido.
No ano seguinte, junto com este e outros intelectuais do período, funda a Academia Francesa do Ceará.

A casa de Thomaz Pompeu de Souza Brasil Filho, tornou-se o Espaço Cultural da Saúde.
O centro Estadual de referência em Saúde do Trabalhador, o CEREST-CE foi habilitado conforme portaria nº 109/2003/SESA-CE, de 09 de maio de 2003, e inaugurado em 05 de agosto de 2005, com a conclusão da reforma do prédio histórico.

Sobre o CEREST

 O CEREST recebeu o nome de Centro de Saúde Manoel Jacaré, em homenagem ao pescador cearense que se destacou na luta pelos direitos dos trabalhadores da pesca, na década de 1940.

 Veja algumas fotos da natiga casa de Thomaz Pompeu de Souza Brasil Filho, hoje onde funciona o CEREST-CE, e é aberto diariamente ao público.

Parte de trás.
Parte da frente.

domingo, 12 de junho de 2011

Reitoria da UFC

Casarão Renovado: História por cima de história.
                                                Por: Elrica Mara da Silva Olinda.
Foto: Elrica Mara
Em fortaleza no início do século XX, boa parte dos palacetes e mansões existentes eram réplicas de imóveis europeus. Os ricos proprietários viam as fachadas por lá e reproduziam aqui. O material utilizado na construção dos mesmos também era importado sempre buscando a perfeição. Na Avenida Visconde de Cauípe, margeando o espaço da Gentilândia foram construídos diversos palacetes, sobrados e casarões de variados estilos arquitetônicos. Um destes casarões que existia nesta localidade deu origem à reitoria da Universidade Federal do Ceará. Localizada na Avenida da universidade n° 253, no Benfica.
Diferente do estilo que possui hoje com uma cor atraente e chamativa, um modelo deslumbrante e uma decoração incrível, mostrando tanta identidade e imponência percebidas facilmente, o local onde atualmente está localizada a reitoria da Universidade Federal do Ceará já foi um antigo Casarão pertencente à nobre família Gentil (Homenageados no nome da praça gentilândia). A chácara foi vendida em 1909 pelo proprietário Henrique Alfredo Garcia ao Dr. José Gentil Alves de carvalho. Em 1918 a casa que existia no local foi demolida e totalmente reconstruída, onde passou por diversas mudanças. O projeto da nova casa construída no local foi do Dr. João Sabóia Barbosa.
Em 1956, a propriedade foi comprada pelo primeiro reitor da UFC, Professor Antonio Martins Filho, à imobiliária José Gentil S/A, pertencente aos herdeiros de José gentil. Um ano após a compra, o reitor Martins filho resolveu demolir o casarão que havia sido construído em 1918, mandando projetar a atual sede da reitoria. Conforme as sugestões do reitor o projeto elaborado pelo departamento de obras da UFC manteve as mesmas linhas arquitetônicas da casa construída pelo Dr. João Sabóia Barbosa.
O palacete projetado consta de duas alas laterais unidas por um corpo central conservando a torreta que já existia no projeto de João Sabóia. O atual prédio foi construído para abrigar a reitoria da UFC. No mesmo ergueram-se duas casas, posteriormente demolidas para dar espaço a atuais proporções ao parque em torno do edifício e possibilitar a construção da concha acústica. O interior do palacete foi enriquecido pelo Reitor com duas escadarias de bronze e latão. Móveis de estilo foram adquiridos, assim como lustres de cristal, alguns comprados na Bahia, para ornamentação de vários salões.

Foto: Elrica Mara

O espaço comprado da grande área de imóveis da família gentil não foi destinado somente à criação da reitoria da universidade, posteriormente outros projetos foram criados aproveitando ao máximo a área, projetos como as casas de cultura, biblioteca, museu, dentre outros podem ser encontrados no local, aumentando não só a estrutura e a beleza do local, mas a qualidade dos recursos oferecidos pela Universidade.
Hoje após toda esta história de modificações e reformas a reitoria é motivo de orgulho para a UFC, considerada como um grande e importante patrimônio conseguido na história da universidade é sempre mostrado em imagens relacionadas à mesma e homenageada sempre que possível. Os fundos que foram gastos na construção e em toda ornamentação da reitoria são irrisórios relacionados à importância que ela representa para a universidade.
Diariamente circulam várias pessoas direta ou indiretamente ligadas a universidade dos mais variados estilos, gostos e opiniões. Conversando com alguns alunos que mostraram extrema satisfação e orgulho por esta construção tão importante na história da universidade, a divergência das opiniões foi deixada de lado e um ar de consenso foi percebido, embora alguns deles não conhecessem a história na integra. Falando também com um senhor que reside próximo a reitoria a mais de 60 anos, foi possível imaginar um pouco de como era o local na sua época de criança e juventude, através da história narrada, não expondo muitos detalhes, pois como ele mesmo falou: - "faz muito tempo (e sorriu)".
É fácil notar a importância desse grande “casarão renovado” para a história não só da universidade e das pessoas ligadas diretamente a ela, mas para a história destas grandes construções que foram tão importantes e por vezes tão esquecidas.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A casa do Português

Por  Eduardo Moreira


                O casarão Vila Santo Antônio de José Maria Cardoso, fica localizado na AV. João Pessoa, foi construído em 1950 e ficou conhecido com Casa do Português.   José Maria Cardoso o proprietário era um dos comerciantes mais ricos da época, o sonho do mesmo era conseguir ocupar todos os espaços do casarão com sua família, mas isso nunca foi possível, pois o casarão era muito grande e isso o deixava muito triste. Mas o maior golpe para José ainda estava por vim, foi quando um de seus filhos se suicidou pulando do alto do casarão. Esse sem duvida foi o principal e mais doloroso golpe que ele enfrentou. Após o acontecimento José decidiu alugar o casarão para outro Português chamado Paulo de Tarso que usou o grande espaço do casarão para fazer uma boate portuguesa. Depois do fechamento da boate em 1956, o casarão foi usado com sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) que ali permaneceu até 1984, No mesmo também veio a funcionar um estacionamento, uma oficina e um cortiço.
         O Casarão foi tombado como patrimônio histórico municipal pela Fundação de Cultura Esporte e Turismo (Funcet). Pela sua linda arquitetura já foi cartão postal de Fortaleza. Mesmo com o tombamento o casarão hoje possui uma estrutura precária, pois, pichações, as grandes vidraças estão quebradas, os portões enferrujados. Mesmo com tudo isso, quem o observa consegue vê que ali já foi um grande palco e com grandes histórias para os cidadãos fortalezenses.
         Atualmente o mesmo lugar onde foi berço de uma família rica e poderosa na década de 50. É abrigado por pessoas pobres, humildes, felizes. Sem duvida alguma, a única coisa que existe em comum entre os moradores atuais e o grande comerciante José Maria são os sonhos, pois mesmo com toda riqueza que o mesmo possuía nunca deixou de sonhar e isso também acontece com os pobres moradores do casarão.

Instituto do ceará




O Instituto do ceará é um exemplo de que se pode preservar a memória, eles preservem o passado, mas tem o futuro como um guia, uma força para manter vivo o passado. Em um lugar como este sentimos a sensação de voltar no tempo e entrar em outro mundo, um mundo até então desconhecimento pela juventude, só é preciso passar nos corredores, subir as lindas escadarias, olhar para mobílias ou até mesmo tocá-las e olhas pelos vitrais importados. Nesses 124 anos de história, o instituto já passou por várias dificuldades, mas nunca chegou ao ponto de fechar as portas.
O Instituto de ceará é uma instituição privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública que oferece uma biblioteca com mais de 35 mil volumes históricos, geográficos e antropológicos. Fundado em 1887,  Foi a primeira instituição cultural do estado.
Tudo é original, da mesma forma como na época em que foram construídos ou inaugurados. Portas, janelas e pisos foram colocados a mais de 80 anos atrás, quando o palacete Jeremias Arruda, foi construído que hoje abriga o instituto há mais de 40 anos. Nem sempre o instituto foi abrigado nesse local, mas desde 1996 esta lá.


Em uma demonstração de adaptação ao presente, a instituição inaugurou em novembro de 2007, o Memorial Barão de Studart, o museu de exposição permanente mais interativo em toda a cidade. Lá, a história de Fortaleza e do próprio Instituto do Ceará é contada com o auxílio da tecnologia. A visitação ganha um tom lúdico, sem perder a finalidade instrutiva, com sensores de movimento, recursos audiovisuais e iluminação planejada. Museu está aberto à visitação, com hora marcada, especialmente para escolas e estudante.



Informações no site:
O Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) – fundado em 4 de março de 1887, nesta cidade de Fortaleza, Capital do Estado do Ceará, onde tem sede e foro, é uma sociedade civil, de caráter científico e cultural, sem fins lucrativos, de duração por tempo indeterminado e reconhecida de utilidade pública pela Lei Municipal nº 5.784, de 13 de dezembro de 1983, pela Lei Estadual nº 100, de 15 de maio de 1935, e pelo Decreto Federal nº 94.264, de 22 de maio de 1987.
Motivados pelo desejo de tornar conhecidas a história e a geografia da província, onze vultos da sociedade cearense empreenderam árdua tarefa a fim de fazer do Instituto referência nacional para a propagação de pesquisas que legitimassem a formação de sua história.
Paulino Nogueira Borges da Fonseca, Guilherme Studar

Ana Carolina Brasil.


terça-feira, 7 de junho de 2011

CASARÃO DO BARÃO DE CAMOCIM


Thiago Daniel
 

Situado próximo a Praça Clóvis Beviláqua, popularmente conhecida como Praça da Bandeira, está um dos mais antigos casarões da cidade de Fortaleza, o famoso Casarão do Barão de Camocim.

Construído em 1880 o casarão já abrigou 4 gerações da família de Geminiano Maia, que nasceu no dia 02 de Fevereiro do ano de 1847, cearense de Aracati, ganhara o título de Barão no ano de 1893 das mãos do rei de Portugal, isso depois de vencer a pobreza e fazer fortuna importando artigos franceses. Entre suas maiores titulações se encontra o titulo de Vice-Presidente da província do Ceará, Vice-Consul da Rússia e da Bolívia em Fortaleza como também o de grande comerciante na cidade.


Essa rota Paris-Fortaleza deu em casamento, Geminiano Maia casou-se com a francesa Rosa Nini Liabastre, Baronesa de Camocim, em Ile de France, na França, no dia 30 de setembro do ano de 1879 e foi, para morar com ela, que o Barão construiu e mobiliou a casa grande, trazendo da Europa antiguidades, lustres, cômodas, cristaleiras, consoles, conversadeiras e até mesinhas de costura.

De geração em geração, a casa-grande, a principal, resistiu ao tempo. Em torno dela, a família desdobrou-se, ocupando terrenos adjacentes. Cecília de Camocim, a filha única do Barão, teve sete filhas. Primogênita, Carmem Barbosa Chaves foi a última moradora do palacete, juntamente com o filho, Maria Luiza. Desocupou-se em 1990. Mas tratou de conservá-la. A tal ponto que serviu de set de filmagens.


Desapropriado em 2006 pela Prefeitura de Fortaleza, a Casa do Barão de Camocim é hoje a principal edificação da Vila das Artes, um lugar de formação em artes, apoio a produção, incentivo a pesquisa e difusão cultural com o curso de Realização em Audiovisual, que teve início no mesmo ano da desapropriação com uma longa espera dos alunos pela reforma que só foi concluída no final do curso no ano de 2008. Enquanto a reforma não se concretizava, os alunos da 1º turma, juntamente com a coordenação da Vila das Artes, se desdobravam para dar continuidade a formação em Audiovisual nas diversas instalações da cidade como: UFC, Casa Amarela, Sesc, Marista Cearense, entre outras localidades.

Na proposta inicial do projeto, a Vila das Artes ocuparia os dois casarões do Barão de Camocim situados no quarteirão. Atualmente a Vila das Artes ocupa um Casarão, logo atrás do casarão principal do Barão, datado de 1954 e projetado pelo arquiteto fortalezense Jaime Vieira
A Casa, chamada de Casa das Escolas foi reformada conservando o seu desenho original, e hoje abriga as atividades da Vila das Artes, como a Escola Pública de Audiovisual, a Escola Pública de Dança, o Núcleo de Produção Digital, ateliê, Biblioteca, auditório, sala de dança e ilhas de edição.

Todo o projeto da Vila das Artes compreende, além das duas casas uma terceira que esta entre a Casa do Barão e a Casa das Escolas. Nessa será construído um cinema e estúdios de áudio e edição.
O Casarão hoje oferece condições para que as pessoas tenham acesso gratuito ao conhecimento, a pesquisa e a produção nas diversas formas de expressão artística.

A Mansão do cinéfilo tornou-se o Casarão da Justiça


     O Casarão construído na década de 40 pela família Jucá foi inspirado na casa do filme E o Vento Levou. Alheio as críticas que atribuíam falta de originalidade à réplica da mansão de um dos maiores clássicos do cinema, o cinéfilo e patriarca da família Jucá erigiu imponente construção.
     
     O número 3384 da Avenida Santos Dumont, que nos dias de hoje abriga a sede do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região chama a atenção dos transeuntes, não obstante seja a via uma das mais movimentadas da capital alencarina.

     A crescente especulação imobiliária fez surgir modernas construções no entorno da antiga residência dos Jucá que contrastam com sua arquitetura clássica de traços romanos e gregos, cuja magnitude e beleza encantam aos que ali passam.

     A imponência exterior é extensão do seu requintado interior, contemplado com um solarium central que beneficia de luz e ventilação todos os cômodos do imóvel que a ele tem acesso por meio da varanda. 
    
     O prédio foi adquirido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região em 1971 sob o compromisso de que a arquitetura a as instalações seriam preservadas.
     
     Os quartos foram transformados em gabinetes para os desembargadores, o piso de mármore, as paredes, lustres e alguns móveis fora preservados, assim como o jardim que hoje recebe as solenidades do tribunal. As modificações realizadas foram apenas para atender ao seu melhor funcionamento, mas sem mexer na estrutura original.

    O Compromisso da Corte de Justiça Laboral em preservar a estrutura física do imóvel é suplementado pelo compromisso do Memorial da Justiça do Trabalho que guarda importante acervo sobre a história da mansão.

     O Tribunal é presidido atualmente pelo Desembargador Claudio Soares Pires, funciona das 07:30 as 15:30, o acesso é livre para todos, mediante identificação nas guaritas de segurança patrimonial.

Repórter: Zaíra Umbelina.

Casa de juvenal Galeno

Um berço de arte e cultura popular no centro de Fortaleza
Por Jackson Pereira

A fachada tradicional se diferencia das comerciais
do entorno do prédio
A falta de vendedores ambulantes na calçada e a fachada restaurada na cor verde clara, são destaques na bagunçada visão do centro da cidade de Fortaleza, o casarão data do século XVIII e serviu de moradia para o famoso escritor popular cearense, Juvenal Galeno, que em 1886 fixou residência na Rua General Sampaio, 1128, na época a rua era chamada Rua da cadeia, por conta da existência da cadeia publica no inicio da rua, perto da praça da estação.
O escritor que se destaca na literatura pela inserção do popular ao seu discurso e do uso de elementos como vaqueiros, indigentes e trabalhadores rurais tem na poesia a sua principal vertente e deixou o gosto pela intelectualidade em seus descendentes diretos. A marca do humor e da crônica, também fazem parte do perfil de Juvenal que produziu ricamente em solo cearense e também em sua breve passagem pelo Rio de Janeiro, ocasião em que conviveu com Machado de Assis, Saldanha Marinho e Joaquim Manoel Macedo, entre outros.

Histórico
A Casa foi construída em 1886, nela o escritor viveu até 1931, quando aos 95 anos faleceu, em 1936 sua filha Henriqueta Galeno, construiu dois espaços em homenagem ao pai, um auditório e uma sala feminina, transformando a casa num celeiro de cultura, os espaços da casa foram divididos sempre entre a família residente no endereço e os espaços culturais, servindo de berço de reuniões de cordelistas, biblioteca e escola MOBRAL durante a ditadura militar, em 2006 os descendentes de Juvenal Galeno em conjunto com o governo do estado decidiram sair da casa, deixando toda a administração para o Governo do Estado do Ceará.

Biblioteca
A biblioteca possui mais de dezoito mil volumes, entre, livros, revistas e jornais, higienizados, em fase final de catalogação e informatização, alguns exemplares raríssimos, impressos em diversas línguas, os livros podem ser consultados no próprio espaço, no horário de 8:00 às 12:00 de segunda à sexta-feira, mas não podem ser emprestados devido as condições de conservação.

Auditório coberto
O Espaço inaugurado em 1936, é chamado de Henriqueta Galeno e possui um palco e capacidade para mais de 100 expectadores, climatizado recebe palestras, eventos e todas as quartas pela manhã, oferece aulas de canto gratuitas, um piano de meia calda se destaca no cenário, em bom estado de conservação sendo ainda utilizado durante as aulas. No espaço também é possível vislumbrar dois quadros do Pintor e escritor Otacílio Azevedo.

Auditório aberto
Um grande quintal, o auditório Nenzinha Galeno, posui boa iluminação e cheio frondosas Mangueiras, este é o auditório aberto, com capacidade de até 200 pessoas, o espaço preferido das reuniões das entidades que freqüentam a casa, cordelistas, donos de circo, ambientalistas, palhaços, academia fortalezense de letras são alguns dos usuários do espaço, que também serve como espaço de recepção para o projeto Maria Mãe da Vida, que atende gestantes em condição de risco e que passam por consultas de pré-Natal dentro da casa.

Espaço da mulher
Criado em 1936, originalmente fazia parte da frente da casa principal, ficando ao lado da sala, hoje o espaço foi redirecionado para a parte trás, mas continua recebendo cursos e reuniões em que a exclusividade de presença feminina é a marca registrada. Discusões literárias e do papel da mulher na sociedade, são vanguarda neste espaço.

Espaços
Salão Alberto Galeno, com mobília do século XIX
A casa por inteira possui elementos de arte e cultura interessantíssimos, os moveis da família são do século XIX e foram reformados, mantendo a originalidade das peças, há poltronas, cadeiras, mesas de cabeceira, mesas de jantar, chaves, cadeados, cartas e muitos outros objetos do cotidiano, distribuídos entre o salão Alberto Galeno, a sala dos Espelhos e o Salão Julia Galeno, cujo destaque fica para um conjunto de louça completo que foi da mãe de Juvenal Galeno, e que tem gravada as iniciais em todas as peças. No corredor duas estatuas de mármore do século XIX fazem às vezes de recepcionistas. Uma representando a música e a outra a maternidade.
Estatuas no corredor principal
Serviço:
A casa funciona de segunda à sexta, das 8:00 às 12:00 e de 14:00 às 17:00, a visitação e a utilização dos espaços é gratuita, mas necessita de agendamento prévio através do telefone: 3252.3561



Sobrado Dr. José Lourenço.

Foto: Gil Sousa
          

          Localizado na Rua Major Facundo, antiga Rua da Palma no centro de Fortaleza, está uma das mais belas construções do período colonial, o Sobrado do Dr. José Lourenço.
          Construído por volta da segunda metade do século XIX, provavelmente entre os anos de1845 a 1854, o casarão hoje em meio aos edifícios e ao concreto fascina a todos com sua beleza arquitetônica. Suas paredes sólidas com tijolos artesanais, com pedra e cal não se abalaram com o passar do tempo. Porém, a estrutura ficou desgastada e frágil devido à falta de cuidados e manutenção.


          Dr. José Lourenço era um médico, um homem público que resolve construir sua residência num local onde era mais conhecido e movimentado, nas primeiras vias públicas de Fortaleza. Depois de construído o casarão chamou a atenção de todos dos arredores, pois possuía três andares, que naquela época só eram comuns em Recife. Além disso, a casa era rica em detalhes, como objetos nas formas flores na parte superior da fachada, os azulejos nos estilo mosaico, portas e janelas personalizadas. Mas o curioso e interessante estava no topo do casarão. Por existir ainda fragmentos de mármore, dizem que se tratava de uma escultura mitológica, mais ate hoje não se confirmou a hipótese.
Foto: Gil Sousa

          Com o passar do tempo o sobrado perdeu todo o seu encanto. Por está abandonado, os anos corroeram sua beleza destruindo aos poucos a suas formas.
Antes de tudo isso acontecer, além de residência e consultório do proprietário Dr. José Lourenço, o casarão foi um tribunal de relação, uma marcenaria, uma fábrica de sombrinhas e um bordel.


Foto: Gil Sousa
          No ano de 2006 o sobrado voltou a encantar a todos com o seu charme. Com iniciativa do Governo do Estado, com apoio da chancela do Instituto Oi Futuro, o casarão retoma sua forma original adaptada para museu. Segundo os administradores do museu, o sobrado foi todo restaurado e reconstruído, mas permanece com traços arquitetônicos originais. Os azulejos, a pintura, as tábuas corridas foram refeitos com a mesma delicadeza dos verdadeiros, a fachada recebeu cuidados especiais para continuar atraindo olhares. Hoje um  casarão tombado.


 
          Deslumbrante por fora e maravilhoso por dentro, é de arrepiar, é como viajar de volta ao passado. O piso, a escada de madeira, os detalhes em formato de flores, as portas e janelas grandes, ressaltam a perfeição e o cuidado que tiveram em preservar a estrutura do casarão.

          O Sr. Faber, subtenente que trabalha atualmente no museu, este que recebeu o nome do proprietário do sobrado em sua homenagem, conta que “as velhas prostitutas e os clientes do antigo bordel que funcionava nesse local ainda hoje passam para visitar e relembrar as histórias do passado”. O mesmo ainda relata que “ocorria vários abortos das próprias prostitutas”. Além disso, que ”funcionários que trabalham na vigilância noturna dizem ouvir pisadas e porta batendo. Acreditam que a alma do Dr. José Lourenço ronda pelo casarão”, diz o subtenente sorrindo e afirmando que são apenas histórias. 
          É uma grande viagem entrar no casarão, conhecer as histórias, mergulhar no passado, viver experiências!

Casa do Português

Repórter: Any Lima

Um casarão construído no ano de 1950, localizado na Av. João Pessoa, avenida esta que com o passar do tempo ficou conhecida como “avenida da morte” devido ao grande número de acidentes registrados na via de mão dupla, é sem dúvida um dos mais belos casarões da cidade. Não somente pela sua infra-estrutura gigantesca, é claro que ela também conta bastante, mas também pelo sentimento que nos remete a riqueza, a classe dos nobres, dos privilegiados. É quase impossível olhá-lo sem ter uma imagem de que a família que primeiramente ali um dia habitou, era uma família com grande poder econômico, ou seja, era uma família da alta sociedade.

Foto: Any Lima
A casa – intitulada na placa ao lado da entrada principal de Vila Santo Antônio - pertencia a José Maria Cardoso, um rico comerciante português, dono de madeireira fornecedora de lenha para a Light e para os trens da RVC (Rede de Viação Cearense). O nome vila de Santo Antônio surgiu devido à grande devoção que José Maria Cardoso tinha pelo Padroeiro dos pobres.
Por mais que a família de Cardoso crescesse, jamais todos os espaços do casarão foram ocupados e isso entristecia o proprietário. Cardoso ficou mais desesperado ainda com o suicídio de seu filho, que saltou do alto da casa que o velho português construíra. Para o velho, o sonho acabou.
Ainda na convivência do português e sua família, o terceiro e último andar acabou sendo alugado para outro empresário luso, Paulo de Tarso, que instalou ali uma Boate Portuguesa. Mas segundo Augusta Leide(dona de uma banca de revista em frente a casa) e José Ivan Fernandes(morador que reside há nove anos no casarão, responsável pela administração do mesmo) a boate era somente de fachada, pois Paulo de Tarso nada mais e nada menos, instalou um verdadeiro bordel. Jose Ivan, para provar a veracidade de sua informação, nos mostra os vários quartos do terceiro andar, todos eles numerados. Ele explica que a numeração dos quartos servia para a organização do ambiente.
Logo depois o fechamento da boate em 1965, a casa abrigou a sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) até 1984, e logo depois: uma oficina, um estacionamento e um cortiço.
O edifício foi tombado como patrimônio histórico municipal pela Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet) e está protegido de reforma que o desfigure. Ele é referencial identitário da nossa sensibilidade urbana, possui uma arquitetura especial e única e já foi cartão postal de Fortaleza em décadas passadas. Em 2005, os arquitetos Napoleão Ferreira e Mário Roque tiveram a idéia de transformar a casa em Centro Cultural. A proposta era a de um centro que integrasse a cidade e o estado com a cultura portuguesa. 

Foto: Any Lima

Mas, voltando ao detalhe que casarão também se transformou em um cortiço, isso é realmente algo notável. Ao visitar a sua parte interna, eu não pude deixar de lembrar-me do romance O Cortiço de autoria do escritor brasileiro Aluísio Azevedo. Não pelas histórias das pessoas que ali vivem, pois esses detalhes são bem diferentes da descrição do estilo de vida dos personagens do romance. A semelhança que pude perceber, foi os traços do ambiente. Os detalhes das “casas” que ali foram formadas. As roupas estendidas no varal, as crianças brincando, o entra e sai das famílias que ali residem(que somam um total de 11 famílias).
Mas, diferente do romance, o clima na casa é bem hospitaleiro. As pessoas que ali residem são pessoas que possuem empregos fixos. Segundo Ângela Maria, moradora há dois anos, todas as pessoas que ali vivem embora não possuam nenhum grau de parentesco, são consideradas familiares dela, pois existe um bom relacionamento entre todos.
As divisões das casas dentro do casarão foram feitas por pedaços de madeiras e alguns papelões. Segundo José Ivan, a pedido dos atuais donos do imóvel, não foram usados tijolos para fazer a divisão entre uma casa e outra, pois apesar das ruínas, a sua estrutura deve ser preservada. Somente o primeiro e o segundo andar são habitados por famílias, o terceiro andar está praticamente isolado, e é importante ressaltar que o mesmo possui um mal cheiro horrível. Ele nos relata também que não moram ali totalmente de graça, todas as famílias são responsáveis pelo pagamento de água e de luz da casa. E que os atuais donos sempre estão visitando o local e que eles sempre pedem para ele que não permita que outras famílias habitem a casa. Para eles as famílias que ali residem já é o suficiente.
Josivânia, filha do seu José Ivan, que reside no casarão desde que nasceu, nos fala que ano passado, a varanda do segundo andar era usada para as realizações das reuniões da igreja Assembléia de Deus e assim funcionou durante um ano.

Foto: Any Lima

Apesar da imagem de abandono e pobreza do local, os moradores fazem que o mesmo seja realmente um lar feliz. Ao entrar pensei que encontraria um lugar de clima tenso, mas me deparei com a satisfação de pessoas que conseguem ver o lado bom da vida. Pessoas que tentam fazer o que o idealizador da casa não conseguiu, que seria ocupar todos os espaços. São pessoas bem gratas  ao lar que possuem hoje.
Não é a toa que Santo Antônio é conhecido como padroeiro dos pobres. O português, José Maria Cardoso, escolheu bem o nome do seu casarão!



Vila Santo Antônio de José Maria Cardoso - “CASA DO PORTUGUÊS”

Repórter: Larissa Araújo

     Com aparência antiga e degradada a chamada Casa do Português tem por nome verdadeiro Vila Santo Antônio de José Maria Cardoso, um comerciante português que possuía uma vasta riqueza. O casarão foi construído no ano de 1950 e ainda hoje serve como ponto de referência para quem mora pelas redondezas ou passa diariamente por perto. José Maria Cardoso tinha uma grande família e por mais que os membros fossem se multiplicando ele nunca conseguiu ocupar todos os cômodos da casa, isso o entristecia e para completar o desapontamento do velho português, um de seus filhos se suicidou pulando do alto da casa.
        Para o comerciante, o “conto” acabou quando, no lugar em que ele construiu, seu filho faleceu. Após esse episódio, a casa foi alugada para um empresário, Paulo de Tarso, que instalou no local a Boate Portuguesa, em seguida a casa foi sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) e em anos de existência, também foi utilizada como cortiço, oficina e estacionamento. O casarão localizado na Avenida João Pessoa, Bairro Damas já foi cartão postal da cidade de Fortaleza e recentemente foi tombado como patrimônio histórico pela Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet) que o deixa protegido de qualquer reforma que modifique seu aspecto.
        Há quem diga que a casa tem a aparência de um navio, é comum que se escute isso das pessoas que conhecem o lugar. A Vila Santo Antônio é uma construção de três andares, duas rampas laterais que davam acesso aos automóveis para os últimos andares e grades de ferro que a cercam. Hoje sua aparência está um tanto decadente, muitas pichações, as grandes janelas de vidros estão quebradas, os portões enferrujados e a pintura consumida, porém apesar de estar fora dos padrões de organização e beleza, a casa nos transmite a história de um passado cheio de glamour, onde uma única família construiu o seu enorme lar para o próprio deleite e, assim, deu início a uma realidade de constante transformação.
Atualmente o lugar erguido por um homem sonhador, tem sido o lar de várias famílias. Com simplicidade levam uma vida tranquila dentro do mesmo ambiente, que acabou por se tornar uma espécie de ‘condomínio’, com espaço abundante para trabalho (doméstico), esporte e lazer.  
Existem crianças correndo por todos os lados, enfeitando e lançando alegria pelos corredores marcados pelo tempo. Os traços dos lares que hoje estão no casarão são expostos através dos varais espalhados, da inocência do futebol entre amigos vizinhos, das conversas entre as donas de casa e do semblante de felicidade e satisfação expresso pelos moradores do lugar que, apesar de antigo e fora do padrão, traz paz para as famílias que lá fazem morada.