terça-feira, 7 de junho de 2011

Casa de juvenal Galeno

Um berço de arte e cultura popular no centro de Fortaleza
Por Jackson Pereira

A fachada tradicional se diferencia das comerciais
do entorno do prédio
A falta de vendedores ambulantes na calçada e a fachada restaurada na cor verde clara, são destaques na bagunçada visão do centro da cidade de Fortaleza, o casarão data do século XVIII e serviu de moradia para o famoso escritor popular cearense, Juvenal Galeno, que em 1886 fixou residência na Rua General Sampaio, 1128, na época a rua era chamada Rua da cadeia, por conta da existência da cadeia publica no inicio da rua, perto da praça da estação.
O escritor que se destaca na literatura pela inserção do popular ao seu discurso e do uso de elementos como vaqueiros, indigentes e trabalhadores rurais tem na poesia a sua principal vertente e deixou o gosto pela intelectualidade em seus descendentes diretos. A marca do humor e da crônica, também fazem parte do perfil de Juvenal que produziu ricamente em solo cearense e também em sua breve passagem pelo Rio de Janeiro, ocasião em que conviveu com Machado de Assis, Saldanha Marinho e Joaquim Manoel Macedo, entre outros.

Histórico
A Casa foi construída em 1886, nela o escritor viveu até 1931, quando aos 95 anos faleceu, em 1936 sua filha Henriqueta Galeno, construiu dois espaços em homenagem ao pai, um auditório e uma sala feminina, transformando a casa num celeiro de cultura, os espaços da casa foram divididos sempre entre a família residente no endereço e os espaços culturais, servindo de berço de reuniões de cordelistas, biblioteca e escola MOBRAL durante a ditadura militar, em 2006 os descendentes de Juvenal Galeno em conjunto com o governo do estado decidiram sair da casa, deixando toda a administração para o Governo do Estado do Ceará.

Biblioteca
A biblioteca possui mais de dezoito mil volumes, entre, livros, revistas e jornais, higienizados, em fase final de catalogação e informatização, alguns exemplares raríssimos, impressos em diversas línguas, os livros podem ser consultados no próprio espaço, no horário de 8:00 às 12:00 de segunda à sexta-feira, mas não podem ser emprestados devido as condições de conservação.

Auditório coberto
O Espaço inaugurado em 1936, é chamado de Henriqueta Galeno e possui um palco e capacidade para mais de 100 expectadores, climatizado recebe palestras, eventos e todas as quartas pela manhã, oferece aulas de canto gratuitas, um piano de meia calda se destaca no cenário, em bom estado de conservação sendo ainda utilizado durante as aulas. No espaço também é possível vislumbrar dois quadros do Pintor e escritor Otacílio Azevedo.

Auditório aberto
Um grande quintal, o auditório Nenzinha Galeno, posui boa iluminação e cheio frondosas Mangueiras, este é o auditório aberto, com capacidade de até 200 pessoas, o espaço preferido das reuniões das entidades que freqüentam a casa, cordelistas, donos de circo, ambientalistas, palhaços, academia fortalezense de letras são alguns dos usuários do espaço, que também serve como espaço de recepção para o projeto Maria Mãe da Vida, que atende gestantes em condição de risco e que passam por consultas de pré-Natal dentro da casa.

Espaço da mulher
Criado em 1936, originalmente fazia parte da frente da casa principal, ficando ao lado da sala, hoje o espaço foi redirecionado para a parte trás, mas continua recebendo cursos e reuniões em que a exclusividade de presença feminina é a marca registrada. Discusões literárias e do papel da mulher na sociedade, são vanguarda neste espaço.

Espaços
Salão Alberto Galeno, com mobília do século XIX
A casa por inteira possui elementos de arte e cultura interessantíssimos, os moveis da família são do século XIX e foram reformados, mantendo a originalidade das peças, há poltronas, cadeiras, mesas de cabeceira, mesas de jantar, chaves, cadeados, cartas e muitos outros objetos do cotidiano, distribuídos entre o salão Alberto Galeno, a sala dos Espelhos e o Salão Julia Galeno, cujo destaque fica para um conjunto de louça completo que foi da mãe de Juvenal Galeno, e que tem gravada as iniciais em todas as peças. No corredor duas estatuas de mármore do século XIX fazem às vezes de recepcionistas. Uma representando a música e a outra a maternidade.
Estatuas no corredor principal
Serviço:
A casa funciona de segunda à sexta, das 8:00 às 12:00 e de 14:00 às 17:00, a visitação e a utilização dos espaços é gratuita, mas necessita de agendamento prévio através do telefone: 3252.3561



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